Quais Investimentos podem se beneficiar mais no cenário de 2024? Qual o cenário macro esperado?
O panorama macroeconômico de 2024 deverá ser de juros ainda em
níveis altos nos Estados Unidos e na Europa.
Já no Brasil, deve ter sequência o ciclo de queda da Selic, taxa de
juros básica da economia. No entanto, o cenário externo e possíveis mudanças no
quadro fiscal do país são ameaças para este cenário.
Após dois anos de altas nas taxas de juros, 2024 se desenha como um
período de maior estabilidade para as principais economias, condicionado ao
comportamento da inflação e da atividade econômica.
Adicionalmente, as incertezas geopolíticas persistem, destacando
disputas entre Estados Unidos e China, Rússia e Ucrânia, e Israel e Hamas, além
da reorganização das cadeias de produção de energia na transição para fontes
“limpas”.
No contexto brasileiro, o crescimento econômico enfrentará obstáculos
devido ao aperto monetário dos últimos anos e a um cenário global mais fraco.
Este será também o primeiro ano no novo arcabouço fiscal proposto
pelo atual governo, com algum ceticismo do mercado quanto à meta
estabelecida.
Os cortes de juros no primeiro semestre de 2024 dependerão, em grande
medida, do panorama internacional. Mas o comportamento do governo quanto aos
gastos públicos também pode trazer volatilidade.
Confira, a seguir, quais as principais projeções para o ano que vem e
descubra os melhores investimentos para 2024.
Projeção para a Selic em 2024
A expectativa é que a taxa Selic alcance 9,25% em 2024.
No entanto, essa projeção está sujeita a fatores como o cenário
internacional de juros desafiador, o ritmo do crescimento econômico doméstico e
a resposta fiscal do governo.
Agenda do Congresso e impactos
A regulamentação da reforma tributária é apontada como ponto central,
que pode afetar vários setores da economia, em uma agenda mais voltada para
questões microeconômicas do que macroeconômicas.
Prevê-se que poucas medidas adicionais sejam votadas, dada a natureza
eleitoral do ano (eleições municipais), o que provavelmente resultará em uma
desaceleração da agenda do Congresso no segundo semestre de 2024.
Expectativa de juros nos EUA e seu impacto no Brasil
A previsão é de que os juros nos EUA sejam reduzidos gradualmente ao
longo de 2024, mas apenas em meados do ano, quando a inflação estiver em uma
trajetória mais clara de convergência para a meta de 2% estabelecida pelo Banco
Central dos EUA, o FED.
Qualquer adiamento desse ciclo de afrouxamento pode restringir a
capacidade de cortes de juros no Brasil. Por outro lado, se os cortes começarem
antes, o BC brasielrio pode ter mais liberdade e acelerar o corte da Selic.
Melhores investimentos para 2024: Renda variável de maneira conservadora
O ano de 2024 será de continuidade no ciclo de queda da Selic, mas
devemos ter cautela em querer migrar com força para a Renda Variável.
O momento é de começar a olhar para estes ativos, mas ainda de uma
maneira conservadora.
Neste momento, o investidor já pode assumir um pouco mais de risco na
carteira, investindo em Ações, Fundos Imobiliários e Fundos prefixados.
Pensando em Ações como um dos melhores investimentos para 2024, dentre
os setores da economia que mais tendem a se beneficiar no cenário de queda de
juros estão aqueles mais expostos ao consumo e à taxa de juros, como varejo e
construção civil.
Se a guerra no Oriente Médio não escalar, o petróleo ficará estável e os
EUA conseguirem fazer um ‘pouso suave’ da economia, sem entrar em uma grande
recessão, o bom cenário para o Brasil se confirma. Mas, caso a economia
americana não consiga baixar a inflação, aí a situação pode ficar mais
complicada.
As melhores Ações para investir
Para quem quer migrar para a Renda Variável, mas não sabe nem por onde
começar, uma boa opção é contar com uma assessoria de investimentos ou adquirir
análises de casas de research.
Ações representam frações do capital de uma empresa e são emitidas para
captação de recursos no mercado financeiro.
Ao adquirir ações, o investidor se torna acionista, compartilhando a
propriedade e os lucros da empresa. O valor das ações flutua no mercado de
acordo com a oferta e demanda, refletindo o desempenho e as expectativas sobre
a empresa.
Os acionistas também têm direito a participar nas decisões da empresa em
assembleias e recebem dividendos quando distribuídos.
Melhores Fundos Imobiliários
Os ciclos de queda da Selic são sempre favoráveis ao IFIX, índice que
abriga os Fundos Imobiliários (FIIs) mais relevantes listados na bolsa.
“Existe uma relação negativa entre os FIIs, especialmente os de tijolo,
e a taxa de juros. Sempre que há queda de juros, os Fundos tendem a ser
valorizar. Assim, espera-se que os FIIs continuem em tendência de alta em 2024”
Para quem está dando os primeiros passos no mercado, os Fundos
Imobiliários são investimentos coletivos em que diversos investidores aplicam
recursos em um portfólio de ativos imobiliários, como prédios comerciais,
shoppings, ou empreendimentos residenciais.
Os rendimentos gerados, como aluguéis, são distribuídos periodicamente
aos cotistas. A valorização das cotas está relacionada ao desempenho do
portfólio e ao mercado imobiliário.
Os FIIs proporcionam diversificação, acessibilidade ao mercado
imobiliário e são negociados na bolsa de valores, oferecendo liquidez aos
investidores.
Os Fundos Imobiliários têm um papel importante na carteira de
investimentos, seja qual for o cenário. Isso porque eles são ativos que têm
como característica a geração de renda e a proteção inflacionária.
Mas, caso a Selic venha a se estabilizar, os FIIs de papel têm função de
proteger a carteira da inflação, porque são atrelados ao CDI e ao IPCA. Por
isso, é importante sempre ter uma estratégia de diversificação e não deixar de
ter FII de papel na carteira.
Recomendo não escolher FIIs mais arriscados, mesmo que tenham uma
remuneração mais atraente. E não recomendo a compra de vacância.
Fundos Multimercado
Os Fundos Multimercado representam uma via intermediária entre Renda
Fixa e Renda Variável, combinando ativos de ambas as classes. Por essa razão,
apresentam-se como opções atrativas para o ano de 2024.
Além disso, nesses fundos, os gestores desfrutam da liberdade para
ajustar suas estratégias de investimento em consonância com as perspectivas de
mercado. Isso proporciona a oportunidade de aproveitar cenários econômicos
distintos e explorar oportunidades identificadas em diversas classes de ativos.
E a Renda Fixa?
A melhor estratégia de alocação para o ano de 2024 deve manter uma
parcela substancial do patrimônio em ativos de Renda Fixa, aproveitando a
atratividade das taxas de retorno ainda consideravelmente elevadas.
No universo da Renda Fixa, destacam-se especialmente os títulos
prefixados e os IPCA+. Essas opções apresentam vantagens, principalmente devido
à sua valorização associada à marcação a mercado dos títulos. Isso significa
que, ao negociá-los antes do vencimento no mercado secundário, a precificação é
baseada nos valores de mercado correntes.
Os títulos prefixados oferecem a possibilidade de assegurar uma taxa de
rentabilidade enquanto a taxa Selic permanece em níveis elevados. Por sua vez,
os títulos IPCA+ permitem proteção contra a inflação, garantindo uma taxa de
retorno real.
No atual cenário, os títulos pós-fixados perdem atratividade devido à
queda dos juros. O CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que remunera
esses títulos, acompanha a redução da taxa Selic, impactando negativamente sua
rentabilidade.
Investimentos no exterior
Outro aspecto crucial a ser lembrado pelos investidores em 2024 é a
necessidade de internacionalizar seus investimentos.
Dolarizar parte do patrimônio é essencial. Em primeiro lugar, manter uma
parcela dos recursos em dólar é crucial, uma vez que o real é mais sensível à
inflação e a eventos políticos. A dolarização, portanto, representa uma medida
de diversificação fundamental para a proteção da carteira. Em segundo lugar, a
perspectiva de uma redução mais gradual das taxas de juros nos Estados Unidos
torna essa opção atrativa.